Muita gente recomendou que eu lesse Copo vazio, de Natalia Timerman (Todavia) por causa do podcast PPKANSADA. Caso você não saiba, sim, participo de um podcast com esse nome. Um dos episódios foi uma conversa sobre ghosting, a prática de sumir sem dizer nada e deixar a outra pessoa lá só divagando o que pode ter acontecido. Odeio sofrer ghosting, mas não vou mentir dizendo que nunca dei um. Todo mundo passa por isso em algum momento da vida, principalmente se a pessoa em questão foi um match do Tinder. Com a protagonista de Copo vazio não foi diferente.
literatura
Blythe Connor sonhava em ser mãe, apesar de ter crescido num ambiente familiar com muitos problemas. Tanto a mãe quanto a avó passaram longe de serem mães exemplares. Há anos ela não vê a própria mãe, que abandonou ela e seu pai quando era adolescente. Casada com Fox, vê nessa recém-formada família a oportunidade de poder fazer diferente — de ser uma mãe amorosa, acolhedora, coisa que ela nunca teve. É Blythe quem conta sua história e a história da sua família em O impulso, romance de Ashley Audrain publicado pela Editora Paralela com tradução de Lígia Azevedo.
Garota, mulher, outras é aquele tipo de livro que chega em mim sem eu saber nada sobre ele. Não andei muito atenta às premiações internacionais do ano passado, então meio que ignorei que livro ganhou o quê. Ando com ranço de premiações — um beijo, Jabuti. Quando recebi o livro aqui em casa (enviado pela Companhia das Letras), me interessei, primeiramente, por ter sido traduzido pela Camila von Holdefer. E depois por ver um bem destacado “Vencedor do Booker Prize” na capa. Passei o livro na frente de todos quando muitos me falaram que ele era bom, e eu acredito demais na opinião alheia.
Recebi no Curious Cat a questão que dá nome a este episódio. Tem quem coloque a literatura em um pedestal, tem quem a ignore, tem quem ache que é a única forma relevante de arte possível. Mas acho que não, ela não vai, nem deve ter a pretensão, de salvar o mundo.
Sistema nervoso, de Lina Meruane (Todavia, tradução de Sérgio Molina), pode ser uma boa leitura para se fazer nessa quarentena. Não, não tem nada a ver com coronavírus e isolamento social. Mas tem a ver com doenças, o que pode ser meio complicado para os leitores hipocondríacos. Ou, na verdade, pode ser um prato cheio para os hipocondríacos.
Uma coisa muito comum entre o leitor médio é o endeusamento do autor. É como se, por ele ter sido capaz de escrever um bom livro, ele se tornasse um Grande Exemplar de Humano. Mas para quem acaba trabalhando no mercado editorial, conhecendo autores, se aprofundando em suas histórias, conhecendo suas vidas, você acaba percebendo que: ninguém é santo, nem aquela escritora ou aquele escritor que você tanto ama.
Essa semana anunciaram que a Festa Literária Internacional de Paraty, vulgo Flip, foi adiada para novembro. Efeito coronavírus. Nem sabíamos disso quando eu e a Michelle Henriques, uma das fundadoras do clube de leitura Leia Mulheres, decidimos falar sobre o mais famoso evento literário do país.
No começo da semana, o Prêmio Jabuti surgiu com uma novidade: a separação da categoria Romance em duas novas categorias: Romance Literário e Romance de Entretenimento. Legal, né? Não.
Na sexta-feira passada, decidi testar minha ideia de fazer um podcast. Não que eu tenha tempo o bastante para dar conta de blog, freelas, leitura e mais um projeto, né. Mas não custa nada tentar. 🙂
Poucas coisas são tão desejadas pelo adulto moderno quanto horas ininterruptas do sono. Ao dormir, é como se todas as preocupações da vida evaporassem ao fechar dos olhos: trabalho, boletos, relacionamentos que deram errado, carreiras estagnadas. Um sono sem sonhos é o ápice do conforto e bem-estar. Queria eu dormir e acordar daqui a um ano, seja para ver as coisas melhorarem ou para ver o mundo pegar fogo. Mas pelo menos teria um ano inteiro de descanso extremo. Ou, como coloca a protagonista do segundo romance de Ottessa Moshfegh, um ano inteiro de descanso e relaxamento.